*Verus philosophus est amator Dei - Santo Agostinho

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Quarta parte da entrevista

Então, você diria que o pacto nazo-soviético foi uma resposta correta?

Quartim de Moraes – Foi a resposta estrategicamente correta ao pacto liberal-nazista de 1938.

Hoje em dia, há um frenético movimento para desqualificar o papel de Stálin e da União Soviética na vitória da Segunda Guerra Mundial. Os acontecimentos de Katin, por exemplo...

Quartim de Moraes – Eu diria que o massacre de Katin, como os massacres de Pol Pot no Camboja, são manchas de sangue na história do comunismo. Porque, infelizmente, para nós, comunistas, a verdade é que quem fez o massacre de Katin foi o Estado soviético. Massacrou prisioneiros poloneses que estavam em suas mãos. Então, isso é uma nódoa. A verdade é que ainda não liberaram as atas para saber quem tomou essa decisão — se Laurenti Pavlovtch Béria, ou o próprio Stálin.

Os mortos eran a elite militar polonesa anticomunista...

Quartim de Moraes – Não, era fascista mesmo. A máquina de propaganda capitalista, a soldo do capital, tinha estabelecido que esses países todos do Leste foram invadidos pelos soviéticos. Ora, com a única exceção da Tchecoslováquia, todos esses países tinham agredido a União Soviética. O exército soviético entrou na Bulgária, na Romênia e na Hungria, e também na Tchecoslováquia, como exército de libertação, perseguindo os nazistas. E Hungria, Romênia e Bulgária tinham invadido a União Soviética junto com os alemães. De modo que os soviéticos chegaram lá da maneira mais legítima possível, rechaçando os agressores de seu território.

E os acontecimentos de Dresden?

Quartim de Moraes – Dresden foi uma vingança dos Estados Unidos.

E Hiroshima e Nagasaki?

Quartim de Moraes – Em matéria de genocídio, o recorde absoluto de longe é o estadunidense. Quando chamaram os cientistas para fazer uma bomba foi porque Hitler ia fazer antes. Podiam, por exemplo, ter explodido a bomba numa ilha deserta. Ou podiam ter jogado no Japão, mas numa zona menos habitada. Não. Eles foram em cima de cidades ultrapopulosas. De duas cidades, Hiroshima e Nagasaki. Era uma vontade de aterrorizar. O terror nuclear como arma definitiva para derrubar o Japão.

Já contra Dresden é um pouco diferente. Dresden não tinha, naquele momento, a finalidade militar. Os alemães já haviam se retirado, fugindo do Exército Vermelho. E, nesse momento, o que eles fazem? Foram dois dias jogando todos os tipos de bomba química, de destruição. E pilolando sem parar. Não tinha defesa antiaérea, não tinha água, não tinha luz. Destruiram tudo. Mulheres, velhos, crianças, feridos de guerra etc. Parece que chega perto de 100 mil o número de vítimas. Compara-se como cifra a Hiroshima e Nagasaki.

Continua...

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