*Verus philosophus est amator Dei - Santo Agostinho

terça-feira, 27 de julho de 2010

Por que não sou mais um candidato, por Francesc Boehm*

Candidatei-me a deputado federal oferecendo renovação com responsabilidade. Entendia que chegara o momento de oferecer a Joinville e região uma proposta séria e honesta, defendendo a redução efetiva da carga tributária rumo ao imposto único, um Brasil mais eficiente, ágil e transparente nos gastos públicos, comprometido de fato com a sociedade produtiva que paga seus impostos.

Era hora de buscar educação de qualidade e utilidade, formando verdadeiros cidadãos éticos e produtivos com valores morais e familiares, na linha do que meu avô, Eugenio Boehm, dizia: “Só o trabalho produz valores”. Queria propor alterações na legislação partidária como, por exemplo, proibição de somar o tempo de rádio e televisão nas coligações, buscando alianças programáticas e não matemáticas.

E, definitivamente, resgatar a seriedade e o compromisso ético que um representante do povo deve ter em relação a quem o elegeu, avançando na esteira da Lei da Ficha Limpa. Uma candidatura deve ser fruto de um projeto de um grupo de pessoas, um projeto plural e nunca um projeto pessoal. Refugo e condeno candidaturas “escada”, com as quais se busca apenas “treinar” e obter visibilidade para pleitos futuros.

Infelizmente, o partido ao qual pertenço – e, no Brasil, precisamos estar filiados a um partido para lutar por nossos ideais políticos – lançou três candidaturas locais a deputado federal, enquanto entendia e entendo que deveríamos ter lançado somente uma, com reais chances de aglutinar apoios externos, com potencial e diferenciais que o destacassem.

Isto é o que um partido deveria fazer por Joinville. Lançar o mínimo possível de candidatos, respeitando a cidade e a nossa gente. Este é e sempre foi o pedido das chamadas forças vivas da sociedade. Poucos candidatos, bem preparados. Hoje, todos sabem quantos são. Este jornal tem noticiado a avalanche de candidaturas e suas consequências na nossa representatividade eleitoral em 2011, tanto em nível estadual quanto federal.

Imagine um bom candidato, seja de que partido for, que não se eleja, deixando de nos representar devido à pulverização dos votos. Perde a sociedade, nós todos perdemos. Isto vai contra tudo que defendo e acredito. Nesta semana que passou, retirei a minha candidatura.

*Engenheiro mecânico, advogado, empresário

Fonte:Jornal A Notícia(27/07/2010)

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