*Verus philosophus est amator Dei - Santo Agostinho

sábado, 10 de abril de 2010

Não me insultem,por Ana Ribas Diefenthaeler

Um artigo que veio em boa hora...

Sequer foram definidos os nomes das eleições majoritárias deste ano e já pipocam na internet milhões de e-mails comparando candidatos, difamando pessoas, em explícitas e ofensivas campanhas. Reclamei a algumas pessoas que me enviaram esses panfletos virtuais e recebi respostas do tipo “não estou fazendo campanha, apenas não suporto tal partido”. Ou “não estou fazendo campanha, apenas ajudando as pessoas a enxergar melhor”.

Bom, além de visitar regularmente meu oftalmologista e usar os óculos multifocais que a idade exige, também me considero uma pessoa relativamente bem informada e atenta aos acontecimentos à minha volta. Entendo que escolher um candidato para dirigir o País não deve ser uma ação contaminada por simpatias ou antipatias pessoais. É muito sério e importante refletir bastante nesse momento, avaliar o que se espera do novo presidente, suas propostas, como vai nosso País, como se lida com a economia, com as crises e com seus cidadãos e que rumos precisamos ou devemos tomar.

Para escolher bem, é preciso conhecer melhor as histórias e propostas de cada um, o ideário e a história dos partidos – sem se deixar cercear pelas trocas de ofensas e dos embates entre os candidatos, especialmente entre os chamados “cabos eleitorais”. Menos ainda pelas campanhas difamatórias e apócrifas que invadem nossas caixas postais. É uma responsabilidade muito grande, esta, a de escolher nossos novos representantes.

Minha condição profissional e ética me impede de declarar publicamente meu voto, mas nem por isso devo ficar calada diante dessas iniquidades eleitoreiras. Além disso, eleger alguém porque a gente “não suporta” o outro é reduzir drasticamente o universo político que deve ser considerado em uma eleição. Pragmaticamente, é entender que o País deve ser gerido por alguém porque ele fuma cachimbo, bebe uísque escocês, frequenta bons restaurantes e tem cara de inofensivo – no máximo, insosso. O risco deste tipo de atitude, a gente já conhece bem: eleger políticos com cara de bonzinho, alguns até bonitinhos, mas corruptos e descomprometidos com o bem comum. Quanto a mim, farei o que faço desde sempre: seguirei votando sem medo, com minha consciência e toda minha esperança.

ana.ribas@terra.com.br

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