Um artigo que veio em boa hora...
Sequer foram definidos os nomes das eleições majoritárias deste ano e já pipocam na internet milhões de e-mails comparando candidatos, difamando pessoas, em explícitas e ofensivas campanhas. Reclamei a algumas pessoas que me enviaram esses panfletos virtuais e recebi respostas do tipo “não estou fazendo campanha, apenas não suporto tal partido”. Ou “não estou fazendo campanha, apenas ajudando as pessoas a enxergar melhor”.
Bom, além de visitar regularmente meu oftalmologista e usar os óculos multifocais que a idade exige, também me considero uma pessoa relativamente bem informada e atenta aos acontecimentos à minha volta. Entendo que escolher um candidato para dirigir o País não deve ser uma ação contaminada por simpatias ou antipatias pessoais. É muito sério e importante refletir bastante nesse momento, avaliar o que se espera do novo presidente, suas propostas, como vai nosso País, como se lida com a economia, com as crises e com seus cidadãos e que rumos precisamos ou devemos tomar.
Para escolher bem, é preciso conhecer melhor as histórias e propostas de cada um, o ideário e a história dos partidos – sem se deixar cercear pelas trocas de ofensas e dos embates entre os candidatos, especialmente entre os chamados “cabos eleitorais”. Menos ainda pelas campanhas difamatórias e apócrifas que invadem nossas caixas postais. É uma responsabilidade muito grande, esta, a de escolher nossos novos representantes.
Minha condição profissional e ética me impede de declarar publicamente meu voto, mas nem por isso devo ficar calada diante dessas iniquidades eleitoreiras. Além disso, eleger alguém porque a gente “não suporta” o outro é reduzir drasticamente o universo político que deve ser considerado em uma eleição. Pragmaticamente, é entender que o País deve ser gerido por alguém porque ele fuma cachimbo, bebe uísque escocês, frequenta bons restaurantes e tem cara de inofensivo – no máximo, insosso. O risco deste tipo de atitude, a gente já conhece bem: eleger políticos com cara de bonzinho, alguns até bonitinhos, mas corruptos e descomprometidos com o bem comum. Quanto a mim, farei o que faço desde sempre: seguirei votando sem medo, com minha consciência e toda minha esperança.
ana.ribas@terra.com.br
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