A consequência
O avanço da indisciplina e do desrespeito em sala de aula não resulta apenas em dores de cabeça, traumas e contusões em professores e alunos. Também se reflete no desempenho escolar sofrível dos estudantes brasileiros.
Segundo especialistas, o mau comportamento é um agravante do cenário caótico da educação no país, que nas últimas três provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), aplicados a cada três anos pela OCDE, amargou as últimas posições.
– O problema é que a maioria dos professores leva as más atitudes dos alunos para o lado pessoal e acaba confrontando e brigando com eles na aula. Isso gera um clima de estresse muito grande e, sem dúvida, contribui para piorar o desempenho de todos – afirma a professora de Psicologia da Educação da UFRGS Tania Beatriz Iwaszko Marques.
Além de resultar em notas ruins, a indisciplina causa traumas às vezes definitivos nos educadores, muitos dos quais vítimas de agressões graves, físicas e verbais – como aconteceu com a professora Glaucia Teresinha Souza da Silva, 25 anos, que sofreu um traumatismo craniano depois de ser empurrada por uma aluna, em Porto Alegre, em março deste ano.
A situação no Rio Grande do Sul se tornou tão problemática que o Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro) chegou a criar o Núcleo de Apoio ao Professor contra a Violência (Nap).
– Notamos que, com o passar do tempo, tem aumentado muito o nível de agressão dentro de sala de aula. O problema se agrava quando se aproxima o final do ano, por causa da pressão por notas e pelo cansaço. Os professores se sentem muito sozinhos para lidar com essa situação. Eles adoecem por causa da estafa a que são submetidos – diz a diretora do Sinpro e coordenadora do Nap, Cecília Farias.
Fonte:Jornal Zero Hora(03/08/2009)
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