O relato oficial informa que um dos meninos “vai para a aula com pedras nos bolsos e ameaça os colegas”. A aluna só retornou ao colégio depois de uma conversa em que a avó lhe apresentou uma dura constatação:
– Tu vais ter de encarar, minha neta. Não tem como fugir da violência.
Ela retomou os estudos, mas jamais recuperou a tranquilidade: em um desentendimento com um dos colegas, chegou a receber um tapa no rosto. Agressões como essa são o conflito mais reportado à polícia: repetiram-se 96 vezes no primeiro semestre. Outros 15 registros foram efetuados por vias de fato (quando não há lesão), somando pelo menos 111 ataques à integridade física de docentes e alunos. Excluindo-se os finais de semana, resulta em uma briga por dia letivo.
A avó gostaria de transferir a neta para uma escola privada, onde acredita que encontraria um ambiente menos atribulado. Porém, de acordo com o relato de um professor de história que prefere não se identificar, a mudança não representaria uma certeza de pacificação na vida da aluna.
O educador de 33 anos testemunhou uma briga entre dois estudantes de um requintado colégio particular da zona norte de Porto Alegre: um dos adolescentes tomou em mãos um compasso e cravou a extremidade pontiaguda na perna do outro. Quem abandonou o estabelecimento foi o professor:
– Na rede privada, o problema é que algumas direções têm medo de punir o aluno para não perdê-lo. Decidi ir embora.
Fonte:zerohora.clicrbs.com.br(12/10/2009)
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