*Verus philosophus est amator Dei - Santo Agostinho

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Continuação do texto anterior

Os tempos de evolução caracterizam-se pelo esforço continuado na busca do conhecimento e pela ampliação da consciência. Para aproveitar o tempo conscientemente é necessário aprender a pensar; a produzir soluções luminosas para os problemas individuais e coletivos.
Administrar bem o tempo significa acumulá-lo dentro de si; ser consciente daquilo que se viveu e ter um plano para a vida futura; ter um domínio sobre si mesmo e um objetivo definido para a vida que se está vivendo; todos os atos e pensamentos imantados por um grande objetivo que abarque o aperfeiçoamento individual e coletivo da espécie humana. Significa, antes de tudo, encarar a vida como um grande campo experimental de aprendizado e realização.
O eterno confunde-se com a infinitude do tempo que se projeta e se expande desde o ancestral instante da Criação até o inimaginável e grandioso futuro que se resume na palavra Universo, verso único e verdadeiro, desenhado com as cores físicas e metafísicas, e que ao homem é-lhe dada a oportunidade de investigá-lo por trazer dentro de si um analógico universo que é seu mundo interior, onde uma infinidade de pensamentos-átomo movimentam-se e podem ser conhecidos, orientados e dirigidos pela vontade do homem.
Estamos a falar de uma eternidade que principia no tempo presente, no dia-a-dia corriqueiro que pode transcender a rotina aborrecida do não-pensar, do não-realizar; transcender o tempo circular e ingressar na espiral evolutiva da consciência contínua, criando a cosmovisão necessária que há de fazer-nos superar as próprias condições e entender, desde aqui, o seu significado.
Quando vemos uma obra de arte, uma escultura, um quadro, um livro, é preciso compreender que o artista trabalhou durante um longo tempo, cada dia um pouquinho, e desses pequenos fragmentos somados apareceu a obra pronta através de uma concentração de tempo. A nossa vida deve ser como um grande livro, uma obra de arte na qual vamos agregando algo novo a cada dia, o livro da vida. O artista não pode ter pressa e nem preguiça. A maior obra de arte que o ser humano pode fazer é esculpir a própria figura, escrever o próprio livro da vida, ser o autor, o ator e o espectador dos próprios dias, dando um salto por sobre a morte e vivendo a eternidade em seu físico existir.
A paciência é irmã do tempo; um atributo superior que precisa ser desenvolvido. Ser paciente significa adiantar-se ao tempo; lutar pelo que se quer enquanto se espera; ser inteligente e seguir as lições da Natureza com suas estações e seus amanheceres.

Nagib Anderáos Neto
neto.nagib@gmail.com
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