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Incrível como a imprensa de Santa Catarina prefere a comodidade das informações oriundas de fontes oficiais. O mais recente exemplo é caso do bebê de apenas 9 meses, socorrido na Estrada Geral de Itapocú, em Araquari, na tarde de terça-feira (2).
Em um primeiro momento, a versão divulgada foi de um acidente doméstico. De acordo com o jornal A Notícia, a criança entrou em convulsão ao se sufocar com um biscoito. Enquanto era atendida pelo corpo de bombeiros da região, a menina já estava com um quadro clínico bastante grave, inclusive com parada cardíaca. Depois de reanimada, o bebê foi encaminhado pelo helicóptero da Polícia Militar para o Hospital Infantil de Joinville, onde foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em estado grave.
Porém, no dia 3, o jornal já ventilava a possibilidade de a criança ter se afogado com uma pedra de crack, já que os pais são usuários da droga. O mesmo jornal dava conta que a mãe e o pai da criança seriam ouvidos pelo delegado de Araquari. Um exame foi anunciado para se comprovar a tese baseada no relato de “pessoas que frequentavam a casa”.
No dia 4, também no jornal A Notícia, havia uma declaração do diretor clínico do hospital, Arthur Wendhausen que informava. “O que tinha, visivelmente, eram restos alimentares”.
Entretanto, na manhã de segunda-feira (8), o delegado Raphael Werling de Oliveira divulgou o esperado laudo que confirmou a presença da droga na urina da criança. Conforme o delegado, os pais devem ser indiciados.
Percebe-se nesse caso, que a declaração do diretor do hospital perdeu a importância para os veículos de comunicação de Joinville, pois o mesmo, não foi mais questionado sobre a percepção dos médicos no atendimento emergencial.
Em relação à alegada presença da droga na urina da criança, uma rápida consulta com um médico se poderá verificar que a droga pode passa para o organismo da criança pelo ato da amamentação. O caso promete outros desdobramentos já que existe um médico legista em Joinville contestando o laudo apresentado.
A única situação certa e inaceitável nesse episódio, é o fato de os órgãos competentes permitirem que uma criança de 9 meses permanecesse sob os cuidados de um casal dependente de uma droga tão devastadora.
Não se pode submeter pessoas ainda na condição de suspeitos a um julgamento midiático sem direito ao contraditório. Outras fontes se fazem necessárias, outros conhecimentos divergentes dos oficiais são imprescindíveis na busca pela verdade.
Os tempos de evolução caracterizam-se pelo esforço continuado na busca do conhecimento e pela ampliação da consciência. Para aproveitar o tempo conscientemente é necessário aprender a pensar; a produzir soluções luminosas para os problemas individuais e coletivos.
Administrar bem o tempo significa acumulá-lo dentro de si; ser consciente daquilo que se viveu e ter um plano para a vida futura; ter um domínio sobre si mesmo e um objetivo definido para a vida que se está vivendo; todos os atos e pensamentos imantados por um grande objetivo que abarque o aperfeiçoamento individual e coletivo da espécie humana. Significa, antes de tudo, encarar a vida como um grande campo experimental de aprendizado e realização.
O eterno confunde-se com a infinitude do tempo que se projeta e se expande desde o ancestral instante da Criação até o inimaginável e grandioso futuro que se resume na palavra Universo, verso único e verdadeiro, desenhado com as cores físicas e metafísicas, e que ao homem é-lhe dada a oportunidade de investigá-lo por trazer dentro de si um analógico universo que é seu mundo interior, onde uma infinidade de pensamentos-átomo movimentam-se e podem ser conhecidos, orientados e dirigidos pela vontade do homem.
Estamos a falar de uma eternidade que principia no tempo presente, no dia-a-dia corriqueiro que pode transcender a rotina aborrecida do não-pensar, do não-realizar; transcender o tempo circular e ingressar na espiral evolutiva da consciência contínua, criando a cosmovisão necessária que há de fazer-nos superar as próprias condições e entender, desde aqui, o seu significado.
Quando vemos uma obra de arte, uma escultura, um quadro, um livro, é preciso compreender que o artista trabalhou durante um longo tempo, cada dia um pouquinho, e desses pequenos fragmentos somados apareceu a obra pronta através de uma concentração de tempo. A nossa vida deve ser como um grande livro, uma obra de arte na qual vamos agregando algo novo a cada dia, o livro da vida. O artista não pode ter pressa e nem preguiça. A maior obra de arte que o ser humano pode fazer é esculpir a própria figura, escrever o próprio livro da vida, ser o autor, o ator e o espectador dos próprios dias, dando um salto por sobre a morte e vivendo a eternidade em seu físico existir.
A paciência é irmã do tempo; um atributo superior que precisa ser desenvolvido. Ser paciente significa adiantar-se ao tempo; lutar pelo que se quer enquanto se espera; ser inteligente e seguir as lições da Natureza com suas estações e seus amanheceres.
Nagib Anderáos Neto
neto.nagib@gmail.com
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A paciência inteligente contrapõe-se à espera passiva. Esperar por esperar não tem nenhum sentido. É sempre possível realizar algo útil enquanto se espera.
A irritação, como tantas outras reações do temperamento humano, é uma grande perda de tempo. O impaciente está sempre com pressa e se irrita com a menor espera.
Todos vivemos muito apressados, pressionados por compromissos e horários, numa louca e absurda carreira que chega a comprometer nossa saúde física e psicológica. Ao fazer tudo com pressa, desesperadamente, a qualidade do que se realiza fica muito comprometida; a correria leva ao automatismo, à desatenção, ao desprezo pelos detalhes que mereceriam um olhar mais detido, mais cuidadoso. É como se as pessoas corressem, constantemente, atrás de um futuro que não chega nunca, como se almejassem um final sobre o qual se precipitassem sem saber qual seria este fim.
Há um ditado popular que diz ser a pressa inimiga da perfeição; não exageremos, não pretendamos atingir a perfeição; pretendamos, sim, aperfeiçoar tudo o que façamos; e para isto, a pressa é uma grande inimiga. A perfeição seria um objetivo estático que, depois de alcançado, talvez se transformasse em algo monótono, enquanto que o aperfeiçoamento constante seria um movimento progressivo, inteligente e infinito. O fascínio pela conquista de um objetivo poderia levar a uma correria que nos impedisse vislumbrar ou apreciar, no decorrer do caminho, as belezas dos lugares por onde vamos passando. Portanto, seria inteligente a construção de objetivos móveis, e, ao caminhar em sua direção, apreciar as paisagens da viagem. E ter também presente que todo objetivo criado deveria substanciar dois grandes ideais: ser-nos útil e a quantos conosco convivam. Da inteligência dos objetivos criados no transcurso de nossa vida dependerão os momentos felizes que possamos viver. Objetivos mal formulados poderão fazer com que o caminho para alcançá-los seja espinhoso, dolorido, sofrido.
A vida é feita de espera; tudo tem o seu tempo: os dias, as noites, as estações do ano, a gestação de um ser, de um pensamento, de uma idéia. Em qualquer sala-de-espera podemos pensar na própria vida, em como mudá-la para melhor, recordar um amigo que não se vê há muito tempo, alguma alegria que ficou perdida no passado. O tempo de espera pode transformar-se em algo útil. Saber esperar é sinônimo de saber viver. Alguém, no futuro, estará nos esperando e perguntará o que fizemos de nossas vidas, o que buscamos, o que realizamos; se tivermos conseguido ser inteligentemente pacientes em nossa trajetória, certamente teremos uma resposta satisfatória.
A fuga do tempo existe para quem não consegue retê-lo e multiplicá-lo. Neste caso, os ponteiros do relógio representam uma tortura constante. Não há tempo suficiente para o cumprimento dos compromissos e das obrigações. O tempo passa rapidamente e escraviza a pessoa que julga que ele seja dinheiro e, como tal, sempre lhe falte. Os dias que se sucedem monotonamente são noites mentais, pedaços de vida que se desprendem da pessoa deixando o saldo do vazio interior, a sensação de inutilidade, o esquecimento, o temor pela morte que caminha em sua direção a passos largos.
A vida do ser humano é repleta de planos, sonhos, espera. Chegamos a Terra sabendo muito pouco sobre a vida e seu significado. Outras pessoas imaginam o nosso futuro, planejam por nós, e seguimos os sonhos alheios. Um dia descobrimos que podemos sonhar por nós mesmos; que somos capazes de realizar por nossa própria conta.
Nada é tão fácil na vida como no mundo ilusório das telenovelas, dos esportistas e artistas de sucesso. No mundo real, no dos lutadores e heróis do dia-a-dia, nada se consegue magicamente. Ali as armas pessoais são poucas. Há, no entanto, uma arma mágica que poderá transformar em fáceis os planos aparentemente difíceis. Essa arma chama-se paciência.
Ser paciente como o sol que ilumina a Terra a cada dia; como a Natureza que luta contra as agressões humanas; como a mãe que espera o tempo certo pelo fruto de sua gestação; como a semente que chegará um dia a florir.
O equívoco da paciência é a passividade. A nossa paciência deve ser diferente: enquanto esperamos, lutemos e trabalhemos pelo objeto de nosso sonho. Esta é a paciência que Deus nos ensina através das manifestações da Natureza. O tempo de vida do ser humano pode transcender a mensuração limitada das horas, dos dias e dos anos que se sucederam na trajetória definida entre o instante do nascimento e a transição para a morte. Esta ampliação do próprio tempo é uma conseqüência da ampliação da vida mental, a vida verdadeira. Nesta esfera pode-se viver muito ou pouco, dependendo dos conhecimentos que se tenha.(Continua...)
Para refletir........
Um mestre do Oriente viu quando um escorpião estava se afogando e decidiu tirá-lo da água, mas quando o fez, o escorpião o picou. Pela reação de dor, o mestre o soltou e o animal caiu de novo na água e estava se afogando. O mestre tentou tirá-lo novamente e outra vez o animal o picou. Alguém que estava observando se aproximou do mestre e lhe disse: