*Verus philosophus est amator Dei - Santo Agostinho

domingo, 28 de fevereiro de 2010

20 anos sem Pedro Ivo,por Marco Aurélio Braga


Quando atingiu o seu principal objetivo político, o ex-governador Pedro Ivo Campos não conseguiu superar a doença. Ele recém havia completado três anos de governo e uma hemorragia digestiva foi fatal.

Às 19h53 de 27 de fevereiro de 1990, uma terça-feira, Pedro Ivo morria na UTI do Hospital Celso Ramos, em Florianópolis. Vinte anos depois da morte, políticos relembram as ideias e as obras deixadas pelo peemedebista.

Pedro Ivo foi um político que não mandava recado. Aliados revelam que ele era uma pessoa de discussões curtas e diretas. Mas a personalidade firme no trato com seus subordinados políticos vinha sempre aliada a respeito.

Nascido em Florianópolis, Pedro Ivo adotou Joinville como sua cidade. Do Exército, ele entrou de cabeça na política.

Como militar, chegou a ser tenente-coronel. Já casado com Mariza Lobo, foi influenciado pelo sogro, influente militante do PTB, a entrar de vez na política. Mesmo doente, não desistiu. Aliou a função de professor com a de defensor da democracia em plena ditadura militar.

Depois de duas vezes derrotado em eleições municipais, chegou a prefeito de Joinville em 1973. Entre suas obras estão a abertura da avenida JK – que ligou a zona Norte à zona Sul –, a construção da UTI do Hospital São José, o campus universitário da Univille, a criação do Ceris (atuais CEIs), a implantação do bairro Profipo e o Museu de Arte.

Pedro Ivo praticamente fundou o MDB joinvilense e trouxe para a política nomes importantes das últimas décadas da história política no município. “Lembro-me bem do dia em que o conheci. Eu era jovem advogado em 1969 e ele foi até meu escritório. Recém havia chegado em Joinville”, relembra o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB).

LHS se considera uma espécie de sucessor de Pedro Ivo. E realmente foi ele o escolhido para seguir a administração do MDB, em 1977, quando tornou-se pela primeira vez prefeito de Joinville.

No início da década de 1980, o ex-governador também foi responsável pela mobilização do PMDB em Santa Catarina. O fato de percorrer o Estado para estruturar a então nova sigla partidária, o transformou em potencial candidato ao governo do Estado. Em 1982, na primeira tentativa, foi derrotado nas prévias internas e como candidato ao Senado perdeu em uma das eleições mais polêmicas da história catarinense.

Três anos depois, conseguiu eleger-se governador do Estado pelo PMDB. Era o rompimento com grupos políticos e econômicos que dominavam a política catarinense. A administração dele foi marcada pela austeridade nas finanças e saneamento administrativo. Também foram três anos de luta contra uma doença que o deixava cada vez mais fraco.

Em 1990, o estado de saúde do então governador ficou muito grave. O vice-governador Casildo Maldaner assumiu o governo. Durante janeiro e fevereiro, os jornais acompanharam o tratamento do governador. A morte foi anunciada oficialmente pelo secretario de Comunicação, Werner Zotz, às 20h45.

O corpo foi velado no auditório do Palácio Santa Catarina, na Capital. O sepultamento foi no Cemitério Municipal em Joinville, às 18h40 de 28 de fevereiro de 1990.

Fonte:Jornal A Notícia(28/02/2010)

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