A idéia apresentada pelo industrial joinvilense Udo Döhler de se aproveitar a calha do rio cachoeira para fazer o traçado de um "metrô" para Joinville, além de ser infame e não contemplar o ideal de recuperação do Rio Cachoeira, mostra a forma vândala e inconsequente como a elite joinvilense sempre tratou o rio que corta o centro da cidade.
O Cachoeira se tornou um esgoto a céu aberto porque a elite joinvilense nunca teve preocupações ambientais, preservacionistas ou ecológicas. Ela sempre se beneficiou do saque dos recursos naturais. A depredação virou saldo bancário. As primeiras pontes construidas sobre o rio cachoeira, ainda no século 19, nunca se preocuparam com o rio, tendo sido construidas ao nível das barrancas e resultando impedimento à passagem de veleiros. E esta cultura de desprezo ao rio se manteve forte e absoluta durante todo o século 20, despejando esgoto, tinta, resíduos industriais, tudo que representava ônus. Sujar e destruir o Cachoeira foi um grande negócio - para alguns.
O que ninguém esperava é que esta cultura vândala de depredação fosse se manifestar, como um atavismo assustador, ainda no século 21. Estamos muito atrasados, por aqui. E este atraso não é por culpa do "povão" não - é por culpa de uma elite colona e depredadora.
Milton Wendel
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