*Verus philosophus est amator Dei - Santo Agostinho

domingo, 23 de agosto de 2009

A queda de Salvador Allende...Um pouco de história

O presidente do Chile, Salvador Allende, declarou logo após sua eleição: "A história nos ensinou que os grupos ultra-revolucionários não desistem do poder e lutam para conquistá-lo". Ao custo de sua própria vida, a história lhe provaria isso.

Em 1970, o Chile, aliado dos Estados Unidos, vê com ansiedade o líder marxista Salvador Allende subir ao poder. Em 1964 ele já concorrera às eleições, quase vencendo o candidato democrata cristão Eduardo Frei. Fidel Castro apóia Allende. Os objetivos básicos de Allende são a nacionalização das minas de cobre do Chile - Kenecott Copper e Anaconda, duas imensas multinacionais americanas - e a redistribuição da terra aos camponeses. Apesar dos milhões de dólares dados pela CIA aos opositores de Allende, ele é eleito em 4 de setembro de 1970. A CIA tenta evitar a posse do presidente. Os investimentos privados do Chile caem a zero e o desemprego aumenta.

Allende afirma seu direito de chefe de Estado eleito e, em 4 de novembro de 1970, a presidência é confirmada pelo Congresso. É o triunfo do partido de Unidade Popular. O governo de Allende declara-se socialista.

Ao descobrir que os trusts americanos levavam lucros excessivos para fora do país, Allende nacionaliza as minas de cobre. Logo surge o espectro da ala da direita e dos militares. A companhia americana Telefone e Telégrafo Internacional - ITT -, com mais de duzentos milhões de dólares investidos no Chile, organiza o estrangulamento econômico do país. Prova-se isso por este telegrama: "As linhas de crédito bancário não devem ser renovadas e nem os prazos dilatados. As companhias devem adotar um ritmo lento no envio de verbas, nas entregas e no embarque de peças sobressalentes. Devemos retirar toda ajuda técnica e não daremos assistência técnica no futuro."

4 de setembro de 1972. Allende denuncia em vão, nas Nações Unidas, as tentativas norte-americanas de desestabilização do Chile. A situação econômica logo torna-se catastrófica. O povo protesta em manifestações turbulentas. A organização da extrema direita "País e Liberdade" torna-se violenta. As mulheres protestam contra a penúria e falta de alimentos básicos. Os caminhoneiros organizam um boicote na estrada, bloqueando o tráfego com cinqüenta mil caminhões. A economia entra em colapso. Por todo lado vê-se o caos.

11 de setembro de 1973. Apoiada e possivelmente subornada pela CIA, a maioria do exército e da polícia subleva-se. O governo de Allende é derrubado. Cercados no palácio presidencial e bombardeados pela Força Aérea, Allende e alguns colaboradores leais resistem de armas na mão. São todos mortos em circunstâncias até hoje desconhecidas.

O exército chileno - liderado por Augusto Pinochet -, que naquele dia derrubara Allende, é pouco misericordioso com os revolucionários do Partido de Unidade Popular. A repressão militar é vingativa. Mais de cem mil pessoas são presas e torturadas; trinta mil são assassinadas. A ditadura sangrenta de Pinochet dura mais de 16 anos.
Fonte:WWW.TVCULTURA.COM.BR

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