A senadora petista Marina Silva, que se lançou candidata à presidência da República por um partido ao qual não é filiada, o partido Verde, ignorou duas instituições fundamentais da ordem democrática: a filiação partidária e a convenção partidária. Grande parte da corrupção generalizada que temos hoje no Brasil tem origem nesta postura de desconsiderar bases partidárias e tomar decisões em acordos "de gabinete". A própria lei eleitoral aumentou o prazo de filiação dos candidatos, porque antes o que imperava era fisiologismo, busca das conveniências, negociatas em cima da hora.
Pergunta-se: Por que uma petista histórica, que participou deste governo e que ocupa uma cadeira do PT no Senado, resolveu dizer que será candidata pelo partido Verde? Não há no PT espaço para a proposta verde? Se for esta a razão, então a pergunta seguinte é: Por que ela não mudou de partido antes? Fica a impressão de que a senadora, que tratou com descaso o partido pelo qual quer ser candidata, tenderá a se comportar da mesma forma em relação à nação que ela diz querer presidir. E tem ainda outra. No momento em que a Nação clama por moralidade no Senado, qual o objetivo de anunciar uma candidatura? A senadora não está preocupada com a questão do Senado? Ou será que a senadora está tramando algo com o filho do senador Sarney, por coincidência um integrante do partido Verde e por coincidência filho do senador alvo das denúncias?
* Milton Wendel é ambientalista e fundador do Partido Verde de Joinville.
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