terça-feira, 28 de outubro de 2025
quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Sobre os professores
A mudança na educação depende também de uma mudança cultural. A evolução educacional no Brasil, até o momento, representou apenas a garantia de acesso de todas as crianças à escola. Ainda hoje é comum ouvir frases como: “Não tenho cabeça boa para o estudo, mas sei ler, escrever o nome e fazer contas.”
A aquisição de cultura — como ler jornal, apreciar um bom livro, frequentar o teatro ou o cinema — está distante do cotidiano da maioria das pessoas. E isso não é uma característica exclusiva das famílias de menor renda; ocorre, inclusive, entre aquelas consideradas de classe média.
Atualmente, possuir cultura deixou de representar status na sociedade. Tanto a cultura quanto a educação foram, em grande parte, substituídas pela mera informação. E, para estarmos informados, já não é necessário sair de casa — o rádio, a televisão e o computador parecem suficientes.
Eis aí o grande problema da educação. Se a escola, enquanto instituição tradicional, já não desperta mais o interesse dos alunos (e muito menos das famílias), a consequência natural é a desvalorização do profissional da educação.
Vivemos em um mundo competitivo, em que o ser tornou-se apenas discurso político e o ter é o que realmente se destaca. Diante disso, não vislumbro, nos próximos anos, uma valorização efetiva do magistério.
A história é dinâmica. Quem sabe, um dia, surja um governante iluminado que compreenda a verdadeira importância do professor para a organização da sociedade. Quem sabe.
Juliano Carvalho Bueno





