SÃO PAULO - O Brasil passará de oitavo maior mercado consumidor do mundo em 2007 para a quinta colocação em 2030, de acordo com um estudo divulgado hoje pela Ernest & Young e a área de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV Projetos). Nesse período, levando-se em conta a paridade do poder de compra estabelecida no ano passado, com o dólar flutuando entre R$ 1,80 e R$ 2, o poder do mercado doméstico avançará de US$ 1,067 trilhão para US$ 2,507 trilhões."O PIB brasileiro apresentará um crescimento, sem exageros, de 150% no período, passando a ser de US$ 2,4 trilhões em 2030 no lugar de US$ 963 bilhões registrados no ano passado", comparou o professor da FGV, Fernando Garcia, levando em conta um crescimento médio da atividade do País de 4% ao ano. Esta alteração fará com que o Brasil saia da 10ª posição e volte para a 8ª posição entre as maiores economias mundiais.Neste cálculo, a FGV avaliou ainda que o PIB per capita brasileiro deve dobrar de 2007 para 2030. O PIB per capita foi de US$ 5,092 mil no ano passado e deve chegar a US$ 10,269 mil daqui a 22 anos. Num cenário mais otimista considerado pelas intuições, o crescimento econômico do País será de 4,6% ao ano no período, o que levaria a um PIB per capita de US$ 11,638 mil.A primeira colocação no ranking elaborado pelas instituições cabe aos Estados Unidos nos dois anos em análise. Em 2007, o mercado consumidor era equivalente a US$ 9,125 trilhões e deverá atingir a marca de US$ 15,586 trilhões. "Apesar de vermos hoje em dia países com taxas de expansão superiores, é preciso lembrar que a taxa de crescimento dos Estados Unidos é sobre uma base muito mais forte", considerou Garcia.A China também se manterá na segunda posição em 2030 (US$ 12,756 trilhões) como já estava no ano passado (US$ 3,862 trilhões) e a Índia, na terceira posição, com um mercado de US$ 5,265 trilhões em 2030 ante US$ 2,530 trilhões em 2007. Consolidado na quarta colocação até 2030 está o Japão, cujo o poder do mercado de consumo deve subir de US$ 2,358 trilhões para US$ 2,818 trilhões.Desta forma, o Brasil tomará, em 2030, o lugar da Alemanha (cujo poder de compra deverá avançar apenas de US$ 1,490 trilhão para US$ 1,813 trilhão) e ultrapassará a Grã-Bretanha (que deve aumentar de US$ 1,365 trilhão para US$ 1,924 trilhão) e a França (de US$ 1,098 trilhão para US$ 1,528 trilhão).Mesmo em termos das maiores economias do mundo, levando-se em consideração apenas a expectativa para o PIB em dólares sem ajuste da paridade de compra, os Estados Unidos deverão encabeçar o ranking de 2030, de acordo com estudo da FGV e da Ernest & Young. Na ocasião, o PIB do país deverá ser de US$ 23,896 trilhões, seguido pelo da China (US$ 11,994 trilhões), do Japão (US$ 5,663 trilhões), Alemanha (US$ 3,628 trilhões), Grã-Bretanha (US$ 3,416 trilhões), França (US$ 3,209 trilhões), Itália (US$ 2,531 trilhões) e Brasil, na oitava posição, com PIB de US$ 2,398 trilhões.Estas projeções reveladas pelo estudo levam em conta a expectativa de um crescimento médio da economia brasileira de 4% ao ano até 2030, considerado como cenário básico. Caso o cenário alternativo, de expansão do PIB de 4,6% ao ano, seja o verificado até lá, a soma das riquezas do Brasil, de acordo com o professor da FGV, devem "encostar" na do Japão, mas sem fôlego para ultrapassá-la.
Produtividade
De acordo com o estudo, o aumento da produtividade, que foi da ordem de 0,1% em média de 1990 a 2007, deverá atingir 0,9% de 2007 a 2030, considerando-se o cenário de referência, ou 1,1% no mesmo período tendo como base um quadro de avanços. O investimento em relação ao PIB, que ficou em média em 19% de 1990 até o ano passado, deverá subir para 22,7% no cenário de referência, ou para 24% no quadro com avanços de 2007 a 2030.Desta forma, a expansão do mercado consumidor, que foi de 2,5% ao ano em média de 1990 até o ano passado, deverá atingir taxa de 3,8% no cenário básico, ou 4% no mais otimista.As projeções são consideradas bastante positivas por Garcia. Ele ponderou, no entanto, que os números devem apresentar um crescimento condizente com a expansão da atividade do País. "Se avançarmos rápido demais, a demanda cresce, mas os preços sobem e o Banco Central terá de elevar os juros, o que pode segurar o crescimento nos próximos anos", advertiu.
Fonte:Jornal Estado de São Paulo(19/08/2009)
Colaboração:Roberto Rosso
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