A decisão de postergar o início do ano letivo na rede estadual, em
virtude do calor intenso e da climatização deficiente das salas de aula,
acendeu uma luz vermelha, de alerta, para os gestores responsáveis.
Espera-se. Grande parte das unidades escolares foi construída em
terrenos de doação para equipamentos públicos, obrigatoriedade para
aqueles que fazem parcelamento do solo para fins de loteamento. E muitos
desses terrenos ainda estão em nome dos antigos proprietários sem que
até hoje se tenha feita a atualização nos registros imobiliários. Há os
que ainda têm destinações específicas, gravados pelas sistemas ou
companhias nacionais de habitação, exigindo desafetação para
aproveitamento para outros fins.
Antigamente, não se exigia alvará para projetos de equipamentos
públicos. Ou seja, da atual rede de ensino municipal ou estadual, poucas
unidades têm projeto executivo, elétrico e hidrossanitário aprovados e
em arquivo, prontos para servirem de base para projetos de reforma ou
ampliação. Além disso, não se aprovam obras de reforma sem projeto
original aprovado. Isso vale tanto para uma residência particular quanto
para uma escola, posto de saúde ou outro equipamento público. Na
contratação pública, não se autorizam licitações sem os projetos de
engenharia completos, licenciamento ambiental ou outras autorizações
necessárias. Há um controle interno, feito pelas procuradorias, como
aquele feito pelo Tribunal de Contas e o Ministério Público.
Isso explicado, o que esse “estado da arte” da infraestrutura pública
tem a ver com o êxito ou o fracasso de um gestor? Tudo. Sem conhecer a
documentação disponível dos equipamentos públicos, ninguém consegue
planejar nada e toma susto. Cai teto de biblioteca, interditam-se
espaços, não se pode climatizar ou adequar o conforto das estruturas
para a prestação do serviço público. Seria interessante que as
administrações públicas se propusessem a fazer um plano de regularização
dos equipamentos públicos, para então partir para o de manutenção. Isso
também forneceria elementos para definir melhor os investimentos e
minimizar o risco de se perderem financiamentos por causa da exiguidade
de prazo para elaboração dos projetos.
Uma proposta dessas pode consumir um mandato. Para quem quer se
reeleger, certamente, é um caminho arriscado, que oferece custo
político. Arrumar a casa para o povo não ver obra é entregá-la limpinha
para o próximo. Mas administrar sem sobressaltos, seguindo planos de
gestão, é o melhor legado que um gestor pode deixar.
*Advogada
robertaschiessl@gmail.com
robertaschiessl@gmail.com
Publicado no Jornal A Notícia (15/02/2014)
2 comentários:
Cara, a estrutura do Geovani é muito melhor do que a do Arnaldo!!! Os banheiros tem portas com trancas de verdade, as salas são descentes e com pintura nova, entre outras coisas!!!!! Valeu!!! Como ta aí no Arnaldo??? O China tá estudando aí???
Sim sim...rsrsrs você foi para uma escola melhor então
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