A LUTA CONTRA A VIOLÊNCIA E O TERROR ,por Nagib Anderáos Neto*
A paz volta a ser o tema preferido na perspectiva de grandes convulsões sociais que são a culminação de um processo de violências, agressões e incompreensões que se vêm somando através de um longo tempo.
E o que dizer da guerra que se trava a todo o dia, a toda a hora, no cenário da política, das relações humanas e familiares?
A outra guerra, a da mídia e a das manchetes dos jornais ¾ que passam a vender mais nos tempos de grandes crises ¾ não é mais que o resultado daquela, microscópica e quotidiana.
Deus não tem nada a ver com essas guerras; convida-nos a refletir sobre as causas de tantos desentendimentos. O Deus único, acima de qualquer ideologia ou crença, que deixou impressa nos corações e mentes humanas a sagrada inscrição da evolução e da fraternidade.
O que fazer para evitar catástrofes sociais iminentes?
Não podemos ficar indiferentes ao sofrimento dos outros e à barbárie; às milhares de crianças órfãs e aos lares dilacerados; às políticas desumanas que jogam seres humanos contra si próprios.
Deveremos seguir lutando pelo direito de pensar com liberdade para não converter os nossos filhos em autômatos, em selvagens, em animais incapazes de pensar e de valorizar a vida humana como algo sagrado. Esta animalização é a irracionalidade, a anulação de toda a possibilidade de evolução, a negação da civilização.
As liberdades que vamos conquistando têm servido para que facínoras e assassinos vivam entre nós com “liberdade“ para nos atacar e destruir estas conquistas. Devemos ter sido ingênuos ao tratar, igualmente, bandidos e pais-de-família. O paradoxo liberal tem dado munição aos inimigos da liberdade em toda a parte do mundo dito livre.
A verdadeira liberdade é a de pensar. Enquanto estivermos presos a preconceitos seculares que nos têm dividido em raças, credos e ideologias, seremos escravos destas idéias retrógradas na ilusão de um liberalismo que se volta contra nós e nossas famílias como as bombas-assassinas a cair por todas as partes.
O que é, afinal, o terror?
Não são terroristas os que assaltam nas esquinas? Não são terroristas os que seqüestram jovens inocentes e pais-de-família? Os que invadem a propriedade alheia? Os que, com vestimenta de polícia, achacam e intimidam? Ou os que, investidos em cargos públicos, dilapidam o tesouro nacional? Os que ameaçam e fazem chantagem?
Não são terroristas os que amedrontam as crianças com castigos, mentiras, cenas deprimentes e violências?
O terror é um estado de grande pavor ou apreensão, grande medo ou susto. O terrorismo é o modo de coagir, ameaçar as pessoas impondo-lhes a vontade pelo uso sistemático do temor.
Como se vê, o terror está presente em muitas partes e todos nós temos a oportunidade e a possibilidade de combatê-lo desde aqui, deste país sul-americano duvidosamente pacato.
A pobreza disseminada pelo mundo tem gerado uma insatisfação global habilmente manipulada por déspotas que insuflam o ódio contra o mundo desenvolvido e dito livre, e justificada pela tergiversação religiosa que maldosamente coloca Deus na linha de frente de cruzadas suicidas.
Deus quer a vida, o entendimento e a harmonia. Está presente em cada criatura humana que merece de seu semelhante o respeito e a consideração que cada um deve a si mesmo e à Grande inteligência imanente à Sua Obra.
Onde se gera a violência? Qual a sua origem? Qual a sua raiz? Estaria apenas presente nos atos bárbaros da delinqüência e nas agressões incontroladas que nações desferem sobre nações? Não estaria presente em todo o lugar, manifestando-se nas formas mais sutis? Não são os próprios pais que, muitas vezes, repreendem seus filhos com uma manifesta violência impressa nas palavras, nos gestos e em inomináveis agressões? Não são os próprios meios de comunicação que transmitem, diariamente, uma violência incontida para as crianças que absorvem estes pensamentos agressivos através de desenhos animados, filmes e telenovelas que são um péssimo exemplo para aquelas mentes indefesas, incapazes de desligar a caixa de surpresas desagradáveis. Não estaria presente nos campos de batalha que se transformaram as quadras esportivas onde os times digladiam-se raivosamente em nome de uma bandeira que pode não ter significado algum? Ou nas esquinas, nos semáforos, no trânsito alucinado das grandes cidades?
A violência está em todas as partes porque está em todas as mentes; e ali seria necessário combatê-la.
Educar uma criança para a vida, mais do que prepará-la para o vestibular, seria prepará-la mentalmente; preparar os pensamentos que deveriam habitar e preservar esta mente de agressões externas e preservá-la de ser uma geradora de pensamentos agressivos. A verdadeira educação é a mental, a que permite aos seres conhecer este ambiente e utilizá-lo na criação de idéias e pensamentos que tenham real utilidade para o seu semelhante e na técnica de combater os pensamentos violentos e dissolventes que distanciam o ser humano de seus semelhantes e de Deus.
No clima de grande violência que presenciamos, as autoridades judiciais e policiais devem ser chamadas para as necessárias medidas emergenciais; no entanto, há que convocar os educadores, para que as gerações futuras possam ser preparadas e orientadas no sentido de uma postura mental mais humana e mais pacífica.
*Nagib Anderáos Neto mailto:Netoneto.nagib@gmail.com
http://www.nagibanderaos.com.br/
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