Retirado do blog do jornalista Moacir Pereira (11/04/2015)
Lideres e integrantes de lojas maçônicas de todo o Brasil estão
divulgando uma “Carta aberta à Exma. Sra. Presidente Dilma Rousseff”, em
que fazem comentários sobre a conjuntura e criticam algumas ações do
atual governo.
Leia a íntegra:
“Sra. Presidente:
A Maçonaria brasileira, como deve ser de seu conhecimento, no
passado promoveu ou, pelo menos, inspirou mudanças profundas nos rumos
da Nação. Hoje, achamos por bem sair do recato de nossas oficinas e nos
expor, junto ao povo brasileiro, que temos todo o orgulho de compor, ao
lado de mães e pais de família, trabalhadores rurais e urbanos,
empreendedores, empresários honestos, jovens e crianças às quais
ensinamos princípios de conduta cidadã, para dirigir-lhe esta carta,
pública e transparente.
É necessário que se diga que nós, Maçons, não somos uma “elite
branca”. Somos a pluralidade do povo brasileiro, reunindo irmãos pardos,
brancos, negros, caucasianos, indígenas etc. Mais ainda, temos por
princípio o respeito às crenças religiosas e tendências políticas de
cada um de nós: entre os Maçons, encontramos católicos, espíritas,
evangélicos, budistas; oposicionistas e situacionistas, com ou sem
vinculação a partidos políticos.
Porém, há séculos, deixamos de ser construtores de catedrais
para sermos construtores sociais. Por isso, é impossível presenciarmos
as escabrosas revelações trazidas a público por um respeitável
brasileiro, dr. Sérgio Moro, e uma equipe de patriotas que compõem o
Ministério Público (em todos os níveis) e a Polícia Federal, sem que nos
manifestemos.
Juramos defender nossa Pátria contra agressões movidas contra
ela, e a corrupção desenfreada revelada nos escândalos recentes (há mais
por vir, além do famoso Petrolão) não só agride nosso amado Brasil como
é mácula que envergonha nossa história, infelizmente. Por isso mesmo,
tal nódoa não deve nunca ser esquecida, para que as futuras gerações não
repitam a negligência, má fé, omissão, incompetência e descaso com a
aplicação dos recursos que os brasileiros recolhem aos cofres do Tesouro
Nacional, como hoje se constata em todos os escalões de seu
(des)Governo.
Mas os golpes dados à Ética não param na rapinagem posta em
prática por quadrilheiros de seu partido e de partidos aliados. Vão mais
além: roubaram-se toda a fé e esperança de um povo, por meio de
mentiras irresponsáveis, num presente e futuro promissor deste País.
Devemos recuperar a memória: há poucos meses, em suas promessas
de campanha (diga-se de passagem, reprovável pela destruição de
reputações e discursos mentirosos, aviltando os demais candidatos à
Presidência de nossa República), registramos o compromisso de queda de
18% nas tarifas de energia.
Hoje, amargamos uma alta de quase 30%, em média, em tais custos; a
prometida queda nas taxas de juros foi desmentida pela sua elevação, que
diminui o poder de compra de brasileiros, o grau de investimento de
nossos sofridos empreendedores e devolve ao limbo da pobreza os milhões
de pessoas que seu (des)Governo diz ter tirado da miséria.
Nossos pais nos ensinaram que “mentir é muito feio”, Presidente.
Achamos que seus pais não lhe devem ter dito tal frase. Se o tivessem
feito, possivelmente a vergonha não lhe permitiria ocupar o mais alto
cargo do funcionalismo público da Nação. Repetimos: sua Excelência é uma
privilegiada funcionária pública. Traduzindo:
Sua função é servir ao povo, e não vilipendiá-lo, mesmo que
indiretamente, por omissão, conivência ou incapacidade de conduzir uma
máquina estatal que sua Excelência transformou em paquidérmica.
Enfim, nada do que foi dito aqui é novidade. Acreditamos em sua
capacidade de autocrítica – termo muito utilizado por seus pares de
esquerda.
O que queremos deixar claro é que, tanto sua Excelência quanto
muitos parlamentares, não tiveram competência de ouvir o clamor das
ruas, que bradamos em 15 de março próximo passado.
Não é à toa que o mote das próximas manifestações é expresso pelo slogan ELES NÃO ENTENDERAM NADA.
Vamos tentar, ao máximo, ser claros:
1. O povo brasileiro não pediu pela Reforma Política (aliás,
extremamente tendenciosa), cujos termos foram tornados públicos; é
necessária, isto sim, uma REFORMA DE GOVERNO. Sua gestão está marcada
pela marca recorde de TRINTA E NOVE MINISTÉRIOS, muitos deles criados
para abrigar apaniguados do seu partido ou de partidos aliados. Se o
tamanho descomunal de seu (des)Governo se revelasse eficiente, seria
mais fácil de engolir. Ao contrário, o Estado, hoje, é comparável a um
buraco negro, que engole os recursos públicos no pagamento de regalias e
benesses, folha de pagamento de um exército de comissionados, além dos
profissionais de carreira, sem que haja a devolução, aos sofridos
brasileiros que sustentam seus luxos, na forma de serviços públicos e
infraestrutura de qualidade;
2. O clamor popular, que sua Excelência não escutou, pedia pela
TRANSPARÊNCIA DA APLICAÇÃO DE RECURSOS NACIONAIS, por meio do BNDES, em
países mantidos por governos, em sua quase totalidade, ditatoriais. Será
mera coincidência? Todos eles participam do “clube” denominado Foro de
São Paulo, que reúne todos os partidos de extrema esquerda da América
Latina e Caribe, além de organizações criminosas e terroristas, como as
FARC. Presidente, somos carentes de tais obras de infraestrutura aqui,
na nossa terra, e temos certeza de que isso é de seu conhecimento. Sem
falar da necessidade de investimento em Educação e Saúde. Desconhecemos,
porém, suas reais intenções. Mas não se dê ao trabalho de revelá-las.
Não saberemos nunca se sua Excelência estará falando a verdade;
3. O povo brasileiro não admitirá, em hipótese alguma, que o
MINISTRO DIAS TOFFOLI PRESIDA A 2ª TURMA DO STF, que irá julgar os
crimes perpetrados no escândalo denominado Petrolão. Ele tem notórios
impedimentos éticos para tal: foi advogado de seu partido, assessorou o
ex-ministro José Dirceu (réu condenado pelos crimes praticados no
escândalo conhecido pelo codinome Mensalão) e, nas últimas eleições,
portou-se de forma, no mínimo, suspeita, durante a apuração dos votos
(apuramos as histórias referentes à empresa Smartmatic – lembre-se:
estamos na Era da Informação, e ela circula com velocidade estonteante.
Basta saber e querer acessá-la. As máscaras, neste século, caem
rapidamente).
4. Não há necessidade, presidente, de que seu governo crie
pacotes anticorrupção. Nosso Brasil tem leis e Constituição que preveem e
punem crimes de responsabilidade, crimes de peculato, crimes de
corrupção ativa e passiva, crimes contra a República, crimes de traição à
Pátria etc. O que é necessário é que seu partido DESAPARELHE O PODER
JUDICIÁRIO e limite-se ao Executivo e Legislativo. Lembre-se,
presidente: seu partido não é o Brasil e o Brasil não se tornará, nunca,
um único partido político. O povo brasileiro tem inteligência e
discernimento suficiente para reconhecer que seu partido não tem um
projeto de governo, mas um projeto de poder, que, via corrupção
sistêmica, busca ocupar todos os espaços da administração pública.
Enfim, presidente (não usamos, até o fim desta carta, o vocábulo
presidenta para não agredir nosso vernáculo), para sermos objetivos,
confiamos no seu discernimento: escute as vozes da Nação. Execute, sem
mentiras de ora em diante, o que o povo brasileiro exige que seja feito.
Caso não esteja ao seu alcance, em virtude de possíveis compromissos
indeclaráveis firmados com aliados escusos, ponha em prática uma saída
honrosa: demita-se, renuncie, alegue problemas de saúde que merecem
cuidados. Invente qualquer desculpa. Mentiras partidas de sua Excelência
não serão novidade. Será menos doloroso para o País e para a presidente
que um processo de impeachment, recurso constitucional que detém a
Nação brasileira para afastá-la definitivamente da vida pública.
Entre para a história pelo fato de ter reconhecido erros e
incompetência para gerir o destino de milhões de compatriotas. Não
permita que seu (des)Governo chegue ao nível zero de aprovação popular.
Gostaríamos de finalizar esta carta aberta com a expressão
“Respeitosamente”, mas isso é impossível. O povo brasileiro merece
RESPEITO. Isso não nos foi dado. Em contrapartida, sua excelência perdeu
todo o respeito que poderíamos lhe dedicar.
Movimento Mudanças Já – Maçons – Brasil, 12 de abril de 2015.”
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