*Verus philosophus est amator Dei - Santo Agostinho

sábado, 10 de abril de 2010

É ridículo...Mas infelizmente é uma verdade...Mais um texto do Milton Wendel


No terminal central de ônibus de Joinville, um alambrado separa quem está aguardando o embarque, dentro do terminal, da área externa, onde estão as lanchonetes. Como não há serviço de bar dentro do terminal, as lanchonetes da região atendem quem queira consumir alguma coisa, um café, uma barra de chocolate, um copo de água, recebendo o dinheiro pela grade e passando a mercadoria por cima do alambrado. É um tal de esticar o braço por cima do alambrado. E não tem telhado, quando chove, chove.

Já é assim há décadas, desde tempos imemoriais. Já é uma tradição. Os garçons que trabalham junto ao "cercado" ficam fazendo o "corre" entre os pedidos dos usuários do transporte coletivo e o balcão das lanchonetes. Trata-se de emprego, economia, serviço urbano, luta por sobrevivência e desenvolvimento, além de ser um meio de a população mitigar o desconforto da babilõnia arquitetônica da nossa "Bauhaus às margens do Mathias", ou simplesmente da nossa arquitetura pública besta.

O fato é que, ao longo da história, muitos prefeitos, centenas de vereadores e milhares de burocratoparasitas já transitaram pela nossa honrada vida pública, mas ninguém, nunca, teve a genial idéia de chamar um serralheiro para abrir uma pequena portinhola naquele alambrado, para facilitar o trabalho de quem está trabalhando, e a vida de quem está usando o transporte coletivo.

Auschwitz! Doce Auschwitz!

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