A expressão “lógica da desordem” foi cunhada por Lúcio Kowarick em “São Paulo 1975: Crescimento e Pobreza”, para definir a urbanização no Brasil, a maior do mundo na segunda metade do século 20. O modelo desta lógica esta no crescimento urbano do país desde 1950, pela prioridade das obras viárias e o incentivo fiscal para o transporte individual; verticalização lote a lote nos bairros dotados de infra-estrutura de serviços públicos e privados; implantação periférica e precária de habitação popular; expansão horizontal não planejada da área urbana; destruição do meio ambiente natural; aumento na geração de resíduos e poluição pelo consumo humano; manutenção de terrenos ociosos e reprodução da desigualdade sócio territorial.
*Arno Kumlehn é arquiteto em Joinville
Um comentário:
Lá oelos anos 90 eu presenciei um debate na Câmara de Vereadores de Joinville. O ex-prefeito Nilson Bender defendia a desproibição da construção de prédios residenciais na região do início da rua Jaraguá. Au usar a palavra, Bender argumentou que precisamos fazer uma cidade que seja boa para TODOS os habitantes, e não só para alguns privilegiados. A platéia, constituida majoritariamente por moradores do bairro América, vaiou estrondosamente o ex-prefeito.
Nunca esqueci isso. Foi uma das maiores barbaridades que já vi na vida e um dos fatos mais deploráveis da história de Joinville.
Desde então tenho comigo que todos os planejamentos urbanos visam sempre beneficiar interesses localizados.
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