*Verus philosophus est amator Dei - Santo Agostinho

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A revolução necessária

Vi na televisão uma reportagem sobre educação pública brasileira. Uma senhora, mãe, formada em Pedagogia com pós graduação em educação infantil, que trabalha o dia inteiro numa escola do Ceará recebe um salário de R$ 1.730,00.

Pelo que o governo arrecada de impostos, ela deveria receber uns 4 mil. Com 8 mil ela assumiria uma colocação condigna, no topo da sociedade. E não seria dinheiro mal aplicado.

O professor público é a primeira manifestação do Estado para o cidadão. E convenhamos que é a única manifestação positiva, nestes tempos de escândalos e corrupção. Ele precisa competir, em busca da atenção da criançada, com adversários fortíssimos como o obscurantismo, as drogas, a massificação midiática, o desinteresse pelo saber, uma lista de adversários, inclusive a tendência à hostilidade. Todos que trabalham cativando o público jovem se apresentam bem, com roupas estudadas, recursos gráficos, apelos "fantásticos" ou "espetaculares", até os traficantes estudam um "design". Só o professor não é "produzido" - a pedagogia de antigamente achava isto desnecessário - o que talvez explique porque a criançada goste mais de televisão do que de escola.

O professor, logo ele que precisa ensinar um negócio "cacete" como o cálculo da hipotenusa ou a órbita de Netuno, não pode se impor pelo meio mais eficaz: o salário bom, a credibilidade sugerida pelo alto poder aquisitivo. Professor de carro novo e roupa de "grife" não é frescura - é recurso que aumenta a atenção do aluno, diminui evasão, melhora a escola.

Se nossos governantes estivessem decididos a promover a Educação, eles começariam quadruplicando os saldos bancários dos professores. Este seria o início de uma Revolução de verdade. Será que temos líderes dispostos a oferecer os pulsos às algemas da lei de responsabilidade fiscal, em prol de uma revolução de verdade?

Fonte:Jornalcidade.uol.com.br

Colaboração:Milton Wendel

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