O fato é que esta fase teve uma característica: as pessoas que vinham morar em Joinville, e trabalhar nas indústrias daqui como mão-de-obra "volante", encontravam uns lotes na periferia - onde podiam pagar pouco e construir seus casebres. Os loteadores angariavam as terras em escambos ou tramóias, legalizavam os lotes, equipavam com postes, cabos de energia e canos d'água. Abriam valas de ambos os lados das ruas à guiza de "esgoto". Como pavimento, espalhavam algumas carradas de saibro. E começavam a faturar líquido, limpo, em espécie. A distribuidora de energia só tinha que instalar o "relógio" de luz e também começava a faturar em trinta dias. A CASAN, hoje CAJ, idem, faturava sobre a galinha morta. Mas quando a comunidade precisava de escola, asfalto, posto médico, ônibus, creche, luz da rua e tudo mais, daí era sobre a Prefeitura que o problema recaia. E assim se fizeram fortunas criando um problema com o qual a Prefeitura que se virasse, no futuro ou sabe-se lá quando.
Numa ironia urbana, as elites locais escolheram por manter suas moradias em certos bairros da cidade nos quais não se permitiu a construção de edifícios e muito menos a proliferação de estabelecimentos. E assim, as regiões mais bem urbanizadas, centrais aos serviços médicos e à malha viária dos coletivos, onde tem TV a cabo, WEB, asfalto, boca de lobo, meio fio e tudo mais... nestas regiões só moram alguns poucos.
Curiosa evolução. De um idealismo de uma verdadeira "Bauhaus" há três ciclos atrás, até este nosso caos.
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