Com a economia brasileira entrando no ciclo do pós-guerra, a "era Juscelino" e o "milagre brasileiro" despontando no horizonte, Joinville ingressou na terceira fase de sua história. Foi um crescimento de "tigre asiático". A economia chegou a crescer quase 10% ao ano nesta fase que vai do pós-guerra até o final do século 20. A chamada "Manchester Catarinense" chegou a representar quase 1% do PIB brasileiro e mais de 10% do PIB catarinense.
Os industriais que "cavalgaram" esta decolagem eram homens céticos, sistemáticos e tenazes, além de rústicos. Eles cuspiam nas mãos antes de pegarem o cabo da enxada e não viam nenhum problema em ter de arranjar um toco roliço para usar como travesseiro. E tinham uma outra característica: desprezavam a política, a retórica, e só viam utilidade na produção, no resultado material do trabalho. De certa forma, eles personificaram aquele curioso processo de transmutação do iluminismo em mecanicismo materialista - uma degeneração, sob certos aspectos. Nunca se interessaram por política e se pudessem pedir algo para a prefeitura, eles pediriam que ela não os incomodasse. E suas empresas cresceram e eles se tornaram os grandes contribuintes. O equilíbrio era perfeito: quem sustentava não queria ser incomodado. Nenhum teórico político jamais idealizou um modelo tão equilibrado...(continua)
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